Periodontia

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Enxerto Gengival

Caso clínico onde devido a ausência de gengiva inserida foi realizado um enxerto gengival para proteger os dentes, principalmente o indicado pela seta.



terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Entendendo ...

Observe que o instrumento utilizado como auxiliar para diagnóstico da doença periodontal apresenta marcas que nos permitem observar a profundidade da lesão e grau de perda do tecido ósseo que dá sustentação aos dentes.

O que é doença de gengiva e quando procurar tratamento?
O paciente deve ter em mente que enquanto a lesão está restrita à gengiva, ou gengivite, ela é facilmente tratável, mas é uma enfermidade que não cura espontaneamente, requer tratamento profissional, e quando evolui para a perda das estruturas que estão sob a gengiva, aí já uma periodontite, o problema já começa a ficar mais grave e a ação do dentista, além de remover o irritante, pode ser necessária para corrigir o dano já causado às estruturas que dão suporte aos dentes. .
O que é gengivite?
É uma reação do organismo à irritação da placa bacteriana e seus componentes, e está localizada restritamente na gengiva. Na gengivite ainda não há o comprometimento das estruturas de suporte dos dentes. Nesse caso já teríamos uma periodontite. Na imagem abaixo vemos indicado pela seta azul que as estruturas internas ainda não estão comprometidas. Na imagem animada acima podemos observar a evolução do caso, quando a periodontite se instala e não é tratada.


Como se desenvolve a Periodontite?
Periodonto é a estrutura de suporte e proteção dos dentes, e a doença periodontal, ou periodontite, é a evolução da gengivite, uma condição mais complexa onde já está ocorrendo a perda de parte da estrutura óssea que contorna o dente, lembrando sempre que são essas estruturas que permitem ao dente ficar fixo e estável. Na periodontite já temos uma condição mais complexa, que deverá ser examinada, tratada e acompanhada pelo dentista.
Minha gengiva sangra quando passo fio dental. Não devo usá-lo?
O fio dental deve ser usado, e usado corretamente. Como pode observar neste vídeo, a placa bacteriana se acumula em torno de todo o dente, e o fio deve ser utilizado “abraçando” o dente
para removê-la, com movimentos suaves, de cima para baixo. O fio não serve apenas para remover alimentos impactados entre dentes (veja o próximo tópico), mas para remover a placa causadora da cárie e da periodontite, mas deverá ser utilizado de forma que não machuque também a gengiva. Força em demasia pode ser também um irritante, e isso todo o dia pode causar um dano importante à gengiva. Imagine uma situação: você segurando uma corda e alguém puxando-a com força. Você sofrerá uma irritação devido à forma como isso é feito. O fio na gengiva pode também causar irritação, mas o seu uso é "indispensável".
E o que ocorre e porque ocorre o sangramento na gengiva?
Como disse anteriormente, bactérias começam a se acumular e aderir ao dente quando não são removidas regularmente com o uso de escova e fio dental. O acúmulo de colônias de bactérias, transformadas já em “placa bacteriana”, causam irritação e uma reação do organismo com o aumento da pressão hidrostática que dilata os vasos sanguíneos da microcirculação local. Ao se dilatarem os vasos ficam mais permeáveis e permitem a saída de fluidos, e entre eles os anticorpos de defesa. O sangue da gengiva é a soma de irritantes e fluidos da reação de defesa do organismo. Então, se há sangramento há irritação, e deve ser removida, porque a ação contínua de defesa do organismo, ineficaz porque o irritante ainda está presente, acabará por destruir o próprio organismo, ou o periodonto.

Mas só percebemos que há problema com o sangramento?
Não, esse é um dos indicativos, mas outras características podem também ser observadas, como uma maior mobilidade dos dentes, que algumas vezes causam até a sua mudança de local (pela perda do suporte); acúmulo de alimentos; gosto ruim localizado quando realiza a higiene com fio dental; cor avermelhada e inchaço na gengiva; perda de gengiva e exposição da raiz dos dentes.

É comum acumular alimentos entre meus dentes. É normal?
Não é normal o acúmulo “irritante” de alimentos. O simples fato de você reparar isso já é um indicativo de que algo está anormal. Na verdade, sempre há um pequeno acúmulo de alimentos entre os dentes, mas quando ele se torna irritante e um incômodo que o obriga a removê-lo, é sinal de que está havendo o que nós dentistas chamamos de impacção alimentar. Esses casos ocorrem devido à falta de contato com os dentes laterais. O normal (ou fisiologicamente normal) é que todo dente tenha um contato com o que está ao seu lado, para evitar essa impacção. Caso não é isso o que ocorre, alimentos mais fibrosos irão penetrar naquele espaço e, impactados, causar uma compressão na gengiva, altamente incômoda e com enorme capacidade de comprometer a região irritada. Isso é um problema comum, muito danoso ao periodonto, mas facilmente resolvido quando tratado corretamente, muitas vezes em uma única sessão.

Fatores de Risco para esta doença.
Embora a placa bacteriana seja a causa primária, existem fatores de risco que podem afetar a saúde das gengivas e aumentar as chances para o desenvolvimento da doença.
Alguns desses fatores são o tabagismo, stress, certos medicamentos, diabete, pobre nutrição, apertamento ou bruxismo dos dentes, alterações hormonais e uma predisposição genética. Exames regulares com um periodontista são especialmente importantes se quaisquer destes fatores de risco estiverem presentes.

Porque não existe um medicamento para tratar a doença de gengiva?
Diversas doenças originadas por micro-organismos agressivos ao ser humano são tratadas com medicamentos que são eficazes na sua eliminação. Mas com a doença periodontal a medicação não consegue eliminar esses micro-organismos que estão aderidos aos dentes, e apenas a sua remoção com raspagem dos dentes possibilita a eliminação do irritante.

Como Prevenir a "doença da gengiva"?
Ela pode ser prevenida com uma cuidadosa higiene dos dentes e realizando exames dentais regulares com o dentista que inclua também o exame periodontal na sua conduta.
Mas escove seus dentes duas vezes por dia, e, caso tenha dúvida se está realizando isso corretamente, procure seu dentista para saber a forma correta. Apenas a escovação e o uso do fio dental são capazes de remover a placa bacteriana que adere aos dentes no seu dia-a-dia. Use apenas escovas com cerdas macias e não se esqueça de usar o fio dental diariamente.
Tenha em mente que apenas enxaguando com água, mesmo com aqueles aparelhos com jatos de água, ou mesmo o uso daqueles líquidos "milagrosos" que vemos na TV, não são capazes de remover a placa bacteriana, que está firmemente aderida ao dente.
Agora, cá entre nós, se você observa que está acumulando tártaro, ou uma matéria esbranquiçada aderida ao dente, de difícil remoção, procure regularmente o seu dentista.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Remoção de exostoses ósseas

Exostoses são protuberâncias ósseas localizadas e circunscritas, situadas na superfície cortical dos ossos. Sua etiologia é discutível e controversa, mas existe um consenso que é um conjunto de fatores associados ou interrelacionados, ou seja, de etiologia multifatorial.

Geralmente são indolores e não necessitam ser removidas, mas em casos como o abaixo, necessitam ser removidas pois podem contribuir para a instalação de lesões periodontais ("doenças na gengiva").
As imagens são o caso antes, após a cirurgia e um torus mandibular (uma exostose localizada na mandíbula) presente no mesmo paciente. A segunda imagem é com aproximadamente 20 dias após a cirurgia. Podemos observar que após a remoção do irritante, da cicatrização e desinchaço gengival, ocorreu a exposição da raiz dos dentes próximos. A substituição da prótese resolve perfeitamente esse comprometimento estético, aí já com os tecidos gengivais saudáveis.

As etapas desta cirurgia foram evitadas neste post, pois podem causar mal-estar em alguns, mas, se mesmo assim queira ver, clique aqui.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Periodontite

A doença gengival pode, caso não seja tratada a tempo, evoluir para a destruição das estruturas que dão suporte aos dentes, causando a sua mobilidade até a perda. Quando o comprometimento deixa de estar restrito à gengiva, e migra para as estruturas internas dos tecidos que dão sustentação ao dente, temos instalado uma periodontite.
O vídeo orienta os pacientes que em casos onde a periodontite já está instalada é necessária a intervenção do periodontista, muitas vezes até através de cirurgias, para evitar uma dano maior com a progressão da doença periodontal, que mesmo assintomática pode estar causando seqüelas nos suportes periodontais.
Veja o vídeo ilustrativo.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Recobrimento de raiz exposta

Recessão gengival é uma condição clínica bastante comum, e sempre está associada à perda de suporte ósseo sob a gengiva. O paciente deve ter isso em mente, não é apenas a perda de gengiva, mas de parte das estruturas que dão sustentação aos dentes.
Essa perda de proteção gengival levam alguns indivíduos a apresentarem não apenas o comprometimento estético do dente, mas a presença de sensibilidade nestes, já que as raízes dentárias expostas não apresentam a proteção do esmalte, que recobre apenas as coroas dentárias. Sem a proteção anatômica do esmalte dentário, essas regiões apresentam mais predisposição para desenvolver cáries e desgastes por escovação. Pacientes que freqüentemente observam que ferem a gengiva quando escovam seus dentes são pacientes que podem estar causando um trauma durante a higiene dos dentes. Pense nisso sendo realizado uma, duas e, os mais preocupados com a higiene dos dentes, nas três escovações diárias. Costumo perguntar isso aos pacientes que apresentam essa recessão gengival e a resposta positiva é freqüente. Por isso o tratamento passa primeiro pela remoção das causas possíveis dessa condição gengival. Traumas oclusais (dentes não ocluindo corretamente), embora não tenha uma apoio unânime da classe científica, é uma condição a mais para desenvolver a situação, e deverá ser investigada e removida, caso esteja presente.
Existem algumas alternativas para solucionar essa condição, desde realizar apenas a restauração do dente, recobrindo a raiz exposta com restaurações estéticas (para ver uma imagem clique aqui, e o post com o caso clínico aqui), que atenuam a situação, e é em alguns casos a conduta clínica mais indicada do que a realização de cirurgias gengivais para o recobrimento da raiz. Em alguns casos os pacientes também não desejam realizar as cirurgias.

Existem algumas técnicas para realizar isso cirurgicamente, e as condições de cada caso para realizar cada uma delas, mas no caso apresentado abaixo foi realizado o deslize lateral do retalho, com o descolamento da gengiva que recobria os dentes posteriores, deslizando-a para recobrir o dente anterior. A técnica, que não tenho o objetivo de descrever aqui, divide a gengiva posterior e não expõe os dentes dessa região a riscos, quando realizada corretamente. Observe que na primeira imagem vemos o dente com uma restauração de resina composta, e uma pequena cavidade, ou erosão, possivelmente associada à escovação incorreta, embora a paciente apresente um desequilíbrio oclusal evidente pela ausência congênita de dentes. O ajuste oclusal possível foi realizado, e a paciente orientada sobre os cuidados na higiene da região.
Para realizar o deslize foi necessária a remoção de parte da restauração, pois a gengiva a recobrir não se adere à restauração, apenas às superfícies dentárias sadias. Após remover parte da restauração, diminuir o contorno da raiz, e realizar a sua descontaminação já que estava exposta ao ambiente bucal, a gengiva foi deslizada de posterior a anterior e posicionado sobre a região.
Durante o procedimento cirúrgico foi observada a presença de uma tênue espessura óssea na face vestibular (na frente) que possivelmente foi a causa decisiva para a ocorrência da exposição da raiz.
As linhas nas imagens 1b e 2b são referências para você poder observar o recobrimento gengival que ocorreu. Observe também a maior espessura e qualidade da nova gengiva. A cavidade que ainda permaneceu, e permaneceu devido à impossibilidade de também recobri-la, foi restaurada posteriormente com uma restauração estética com resina composta. Por ser um caso bem recente, a imagem do final do tratamento será acrescentada neste post assim que o paciente retornar ....






Veja outro caso clínico, além de outras informações sobre esse tipo de lesão, clicando aqui.

sábado, 29 de novembro de 2008

Casos Clínicos

1) Caso clínico de Enxerto Gengival Livre



Paciente com ausência ou mínima gengiva inserida. A gengiva inserida é a responsável pela proteção das estruturas de suporte dos dentes, por ser mais firme e inserida nas estruturas subjacentes, enquanto a mucosa alveolar, um tecido mais frouxo e que está presente na ausência da outra, é mais móvel e menos aderida às estruturas internas. Neste caso a paciente já apresentava pequena mas presente recessão gengival, com exposição de parte da raiz do 2º pré-molar. Foi realizada a cirurgia com enxerto gengival livre, restabelecendo a proteção necessária ao dente, e a paciente orientada sobre o cuidado com a escovação.

O que causou essa recessão gengival?
A etiologia dessa lesão tem causas multifatoriais, uma combinação de fatores externos e anatômicos. No primeiro caso temos a presença de placa bacteriana e traumas por escovação incorreta. Alguns autores relatam que a freqüência e força extrema localizada em alguns dentes pode ser a causa dessa recessão gengival. Dentre os fatores anatômicos temos os dentes posicionados vestibularmente (pra frente), que ocasionam uma espessura óssea reduzida e gengival pouco resistente. Trauma oclusal?, ou durante a mastigação? Aí depende de cada pesquisador, mas a maioria relaciona apenas as causas citadas acima.
 

Dr. Cassio Curvo
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Cuiabá - Mato Grosso
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